O filho pródigo nas consequências de seu erro, e vivendo o engano de seu coração.
"E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente." (Lc 15:12-13)
Nem sempre é o dinheiro que leva uma pessoa a perdição, nesta parábola vemos que o pai partiu a herança dando suas partes devidas, tanto para o filho mais novo conhecido como filho pródigo, como para o mais velho.
Notamos que as reações foram diferentes, o filho mais velho permaneceu na casa do pai, enquanto o mais novo buscou outros caminhos; levando as graves consequências. Tudo isso acontece quando projetamos uma caminhada fora da vontade do pai; esse rapaz já tinha tudo em mente ao pedir sua herança, seus caminhos já estavam projetados no seu coração, a palavra diz que poucos dias depois, ele ajuntando tudo partiu; não demorou muito tempo para que isso acontecesse, tudo já estava projetado no seu coração antes dele receber a herança; quando ele pede para o seu pai partir os bens e dá-lhe a parte que lhe pertencia, ele já há muito tempo vinha arquitetando esse plano no seu coração. A herança foi a oportunidade que ele teve para realizar o que ele tinha em mente, Jesus disse algo muito importante a respeito dos nossos pensamentos; "Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mt 5:28) Essa passagem nos dar ensino muito importante, muitos tem carregado pecados como estes no seu coração; e por não conseguir realizar acham que não estão pecando, e o que acontece na verdade é que faltam oportunidades para que eles sejam concretizados; quando a pessoa cai em si descobre que o pecado já estava dentro dele, e apenas não aconteceu na prática por falta de oportunidades como já foi mencionado. Ninguém se desvia dos caminhos do Senhor da noite para o dia, é aos poucos que o inimigo vai colocando na mente armando suas armadilhas, para que a pessoa ache que foi ele mesmo que planejou tudo sozinho; mas é apenas uma cilada, o laço do passarinheiro. O filho pródigo ao sair da casa do pai, ele vai para uma terra bem longe; onde seu pai não visse, tudo que o seu coração tinha projetado; era uma forma de usufruir dos prazeres da vida sem ter que ser repreendido por alguém. Quando a oportunidade chega, ele não perde tempo, em colocar seu plano em ação; tudo que ele tinha em mente agora será na prática. É no momento das oportunidades que ele vai esquecer quem está ao seu lado, vai querer se afastar de quem lhe ama, porque o pecado deixa a pessoa cega e insensível, não se importando com quem quer o seu bem; ele ver o oposto da situação.
Segundo a Bíblia diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17:9) O filho pródigo foi atraído e traído pela suas próprias convicções, sem se dar conta que tudo nesta vida passa; mas aquilo que construímos no mundo espiritual permanece, ao perceber que estava no fundo do poço, ele lembra da casa do pai, dos amigos, dos companheiros do dia a dia; da vida que tinha, sendo tratado como um príncipe na casa do pai; passa a ser rejeitado por todos aqueles que não tinham com ele nenhum vínculo, porque abriu mão dos amigos e da aliança familiar; tudo porque deixou seu coração lhe dominar. Foi atrás dos anseios da vida, deixando para trás tudo que havia conquistado ao longo da sua existência; por algo passageiro e sem fundamento.
O preço deste equívoco custou muito caro, agora longe do pai ele sente na pele a rejeição dos que não lhe conheciam, e lembra de tudo que ele havia conquistado ao lado do pai; os amigos, a família; até os trabalhadores de seu pai lhe vem na lembrança de que estavam vivendo uma vida melhor. Seu coração foi perverso e traiçoeiro, ao dar atenção para seus desejos; ele cai no golpe do inimigo atraído pela suas artimanhas; o inimigo tem em mente destruir os laços familiares, matrimoniais, espirituais; aquele jovem foi lançado ao fundo do poço, desceu com ímpeto e sem sustentabilidade para se reerguer; o que vem na mente é as lembranças da casa de seu pai, é o que lhe deu força para se levantar; quando estamos sem força, o que nos fortalece é o aconchego que temos no braço do Senhor; nada nos coloca de pé novamente ao não ser o abraço fraternal do pai, que está sempre de braços abertos pronto para nos receber; "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3:16)
Não é Deus que nos rejeita, somos nós que rejeitamos o amor de Deus; o filho pródigo representa todo homem que escolhe viver uma vida sem Deus, o pai do filho pródigo representa todo o amor de Deus para conosco; está sempre de braços abertos esperando nosso retorno.
Por incrível que pareça, todo homem que se arrepende de seu pecado; por mais terrível que seja seu ato, recebe de Deus o perdão e o direito de salvação quando há sinceridade na sua confissão. Aquele rapaz fez uma confissão formalizada para apresentar para seu pai, no intuito de receber seu perdão; o que podemos constatar é que, ao confessar depois de ter recebido o abraço caloroso do pai, o mesmo mandou seus servos servir-lhes; seu pai ouviu sua confissão, mas o mesmo estava pronto para perdoar; o que ele queria ver era o seu retorno, e isto aconteceu; ainda que foi uma confissão planejada, a atitude de seu pai para com seus servos, mediante aquela situação, demonstra que suas palavras não poderiam lhe justificar; o que lhe justificou foi o amor de seu pai. O que nos justifica não é o nosso falar bem, não é nossos méritos por nos esforçarmos em sermos melhores; não é nossas palavras ensaiadas, ou planejadas; é o amor de Deus por nós entregando seu filho, para nos substituir, tirando toda nossa culpa, toda nossa condenação; nos fazendo justos diante de todos. Aquele rapaz para muitos não merecia entrar dentro do lar de seu pai; diante de seu irmão ele teria que pagar cada centavos que gastou com as meretrizes, e sentir na pele o julgamento de seu erro, por não ter feito caso daquilo que herdou de seu pai. Mas quem justificou ele diante dos servos e de todos foi seu pai, ao dizer as seguintes palavras: "Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se." (Lc 15:22-24) Com esse gesto de amor, seu pai estava lhe justificando diante de todos, dizendo que toda a culpa foi tirada; e que naquele momento o que prevalecia naquela família era a alegria, a felicidade de reencontrar seu filho novamente; de tê-lo de volta aquele que um dia saiu de casa. As consequências de seu erro foi muito grave, mas o amor de seu pai era maior para cobrir todos os seus deslizes, dando à ele novamente a força de caminhar ao lado do pai; o amor de seu pai naquele momento estava dando para ele, vigor e coragem para superar a vergonha que passou por ter se distanciado de sua família, e caído em caminhos errados.
Ele aprendeu a dar valor na vida que tinha ao lado do pai, depois que entrou por um caminho escuro; mas o mesmo viu uma luz no fim túnel, que foi o guia para retornar da sua caminhada desprezível e sem esperança; foi o que deu vida ao que estava morto;
"Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se." (Lc 15:32) O próprio pai afirmou que este tinha morrido, e o que lhe deu vida novamente foi as lembranças de como era está ao lado de seu pai; é na casa do pai que teremos vida, não encontramos em nenhum outro lugar, senão em Jesus Cristo nosso Senhor. O filho pródigo teve que viver as consequências de seu erro, para aprender que o coração do homem é enganoso e traiçoeiro; quando seguimos seus desejos. Que Deus abençoe todos os que buscam no Senhor, força e coragem para retornar de seus maus caminhos. Amém.
Adalto Almeida
Enviado por Adalto Almeida em 11/06/2023
Alterado em 11/06/2023